quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Qual é a cor do seu nome?



Não que eu não houvesse pensado nisso antes, mas há algum tempo, um senhor distinto, com aparência confiável e atitudes impactantes, foi, principalmente pela mídia, empossado como o primeiro presidente negro do Supremo Tribunal Federal brasileiro.
Há alguns passos da nação verde e amarela – e com alguns anos de antecedência –, outro homem fazia história como primeiro presidente negro da terra do hambúrguer. Agora, apresenta-se a possibilidade de a Sua Santidade ser, também e pioneiramente, um negro.
Agora, eu me (e vos) pergunto: e quem foram os primeiros brancos, os primeiros amarelos, os primeiros pardos, os primeiros mulatos? Quem foram os primeiros seres humanos com nome e sobrenome, que usaram o seu cérebro cor única e suas palavras e atitudes transparentes para fazer a diferença? Até quando vamos tratar e evidenciar as pessoas pelo tom de pele? Algo que, a meu ver, não é vitória alguma, mas sim que coloca a diferença racial como diferença de capacidade. Quando um “primeiro” consegue algum feito, é como se ele fosse diferenciado e superior a sua própria “raça”. É como se os outros de sua “espécie” não fossem capazes ou não tivessem coragem de atingir o próximo e mais alto nível (e ele foi lá e fez!). E isso é para todos, desde o primeiro rapper branco até o primeiro jogador de futebol oriental.
Meus caros coloridos, nosso DNA não tem cor, nosso sangue sim, e ele é, para todos, VERMELHO.
Pessoas devem ser identificadas, conhecidas e lembradas pelo nome, é para isso que recebemos um quando nascemos. Se o seu ou o de alguém que você conheça não for branco, preto, amarelo, laranja, não batize com os olhos.
Para quem não entendeu, fica assim: meu nome não é branca, é Lici Cruz, prazer em conhecê-lo(a). Qual é a sua graça?

Lici Cruz

Nenhum comentário: