segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ainda dá tempo...



Qual é o seu desejo para o ano que se aproxima?
O de Amália é arrumar um marido que não bata nela...
Adriano vai para a praia com os amigos no fim do ano, mas não com todos eles, porque Marcos vai “ter” que trabalhar. Está revoltado. Ao contrário de Osmar, que nunca viu Marcos, mas está todo orgulhoso com seu emprego novo. Finalmente seu filho vai tomar um guaraná todinho, sozinho... pediu ao pai há dois anos...
A esposa de Osmar, Janete, vai ganhar panetone. Ganha todos os anos. Adora as frutinhas que vêm no meio. Sua patroa, Sueli, é “muito generosa”...
Sueli é mãe de Amanda. Amanda nunca usou a blusinha lilás que ganhou de sua amiga secreta do ano passado. Não combina com seu tom de pele...
Do outro lado da cidade, Sônia orgulha-se do quão perfeito ficou o remendo novo em sua saia de quatro anos de idade. Agora só falta uma blusinha...
A Família Camargo fará sua tradicional ceia natalina, com direito a peru, vinhos nobres e fogos de artifício. André ainda não sabe se vai ter o que comer, mas ele nunca perde de ver os fogos de cima da árvore em frente a sua casa...
E você, o que vai fazer com o seu Natal? Com o seu Ano Novo? Com o seu fim de 2011 e seu início de 2012?
Fernanda vai passar à beira da praia. Luís à beira da mesa. Cláudia à beira da pia. Rafael à beira de um coma alcoólico. Diogo à beira da morte...
Neste fim de ano, brinde à Vida. Compartilhe sorrisos. Agradeça mais. Deseje o melhor para você, mas jamais se esqueça das outras vidas, que podem não fazer parte da sua história, mas também fazem o seu mundo girar.

Lici Cruz

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Acho que vou “infartá”!



O que é, o que é? Muita gente adora; quanto pior, melhor e muitos exibem como um Diploma?
Resposta: “Atestado médico”.
É mais ou menos assim que ocorre:
— Nossa! Você “pegou” 10 dias de atestado?! O que aconteceu?
— Nem te conto – e conta, com orgulho ainda. – fui ao médico e ele disse que era uma gripe apenas, mas eu sabia que não era. Eu nunca havia sentido aquilo! Cheguei a desmaiar e...
E a pessoa, certa de que estava a beira da morte, fez sua procissão por todos os hospitais e postos de saúde possíveis, até que encontrou um “médico” que, mesmo sem levantar a cabeça para ver se o paciente era homem ou mulher, deu o tão esperado diagnóstico:
— ... Até que um médico disse que eu estava com uma “Infecção Pulmonar Bilateral”!
— Nooossa!
Neste momento até os supostos pulmões debilitados se enchem de orgulho diante de tão imponente título.
E é assim que a dolosa nobreza é conquistada, importante é quem tem doença com nome e sobrenome, inteligente os que as têm com designação em sigla e se o nome for estrangeiro então, o indivíduo até aprende a falar outra língua para pronunciá-lo corretamente. Coisa linda de se ver!
Há, ainda, aqueles que não se importam muito com a “qualidade”, mas com a quantidade. Se pudessem, com certeza, acrescentariam um sobrenome a mais em seu registro, do tipo: “Maria Aparecida da Silva Ite” ou “João Pedro dos Santos Ismo”.
E assim as filas crescem, e assim o país caminha a passos mancos. De fato que não é para frente, mas é que fica difícil trabalhar quando se está “doente”...

Lici Cruz