Photo by Lici Cruz
Que
criança gosta de ganhar presente, todos sabemos. Que esse mercado é
infinitamente abastecido e inovado, também. Mas... quanto custa ver os olhinhos
brilhantes e o sorriso satisfeito de um filho? Um vídeo-game de ultima geração?
Um avião a controle, modelo raríssimo? Um boneco peça única que só não sabe
morrer? Uma viagem à Disney com direito à bagagem extra de plásticos animados
cheirando a dólar? O preço do meu foi um super-robô.
Tudo
começou com uma ida ao mercado. Simples.
Mantimentos
comprados, encontrei o Hulk. Promoção.
—
Olha, filho, o Hulk!
Mas
quem é o Hulk para uma criança de dois anos? Um cara verde e feio.
Ele
pegou, olhou, analisou o ser e até fingiu aceitar (talvez para não magoar a
mãe), mas seus olhos e suas mãozinhas apontavam para uma só direção, a do
“Super-robô”.
À
vista da sua “sábia” matriarca, um bicho feio, desconhecido e sem atrativos.
Para ele: “O” Super-robô...
—
Esse, filho? Tem certeza?!
O
abraço ao plástico foi a resposta. O qual seguiu o caminho ao caixa, o caminho
até a nossa casa e, apenas por exaustão orgânica, o caminho do sono.
Quanto
me custou o “Super-robô”? R$4,99, em dinheiro humano, porém sem preço
calculável pela felicidade pura de um anjo.
Lici Cruz