sexta-feira, 29 de junho de 2012

Se até a moda é retrô, por que os valores não são?


Se Marcelo Fromer, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes tivessem escrito, hoje, a música “O pulso” (1989), penso eu cá com meus belos botões, que seria, em parte, assim:

“Hiperativismo, bipolaridade, ansiedade, dislexia.
Bullying, psicopatia, ‘endemoniamento’, bruxaria.
E o FDP ainda pulsa...”

Tirando o fato da minha atual adolescência mental e, “botando” umas rugas a mais (marquinhas mínimas de expressão, façam-me o favor!), acredito na tese “popularmente científica” de que o mundo “ta cabano”!
Vamos partir de um exemplo “pessoal de mim mesma, acontecido comigo”:
Sempre fui baixinha, gordinha e dentuça (já me identifiquei muito com a Mônica, aliás) e todos sabiam, viam e lembravam-me disso.
Analisemos: antes = "O problema é teu!"; hoje = bullying...
Para compensar, talvez, minha “deficiência top model”, eu sempre me “sobressaí” (palavrinha feia, nunca a tinha escrito) em relação à criatividade e às boas notas. Em contrapartida, alguns dos meus queridos, não.
Analisemos: antes = burrice aguda; hoje = dislexia, disgrafia, hiperativismo, culpa do professor etc., etc., etc...
Agora vem o mais impressionante, na “minha época”, tratar um professor(a) mal ou pai/mãe ou qualquer pessoa ou “coisa” que não fosse seu lápis de ponta quebrada era CONDENÁVEL; hoje = bipolaridade, obra do demo, distúrbio causado pelo estresse e outros eufemismos carinhosos para uma boa “filhadaputagem”.
Pais, aqui vai uma dica de uma pessoa que conhece mais sobre o “mundo” alheio do que sobre o seu próprio:
Eduquem seus filhos para darem lugar a um idoso, a um deficiente, a uma gestante ou a uma pessoa com criança de colo em um ônibus; para não aceitarem doces, dinheiro ou “pedidos” de estranhos; para respeitarem seus professores; para contarem até mil, se preciso, antes de partirem para a agressão; para escutarem antes de darem sua opinião; para dizerem “por favor, obrigado(a) e com licença”.
Valores antigos nem sempre farão com que seus filhos fiquem livres de serem criminosos, vítimas ou que decidam não seguir qualquer caminho errado, mas farão com que um dia voltem. Seja para os braços protetores e mestres dos pais, ou para terem os joelhos sujos e grudados em uma lápide, com a arrependida memória de não ter seguido a sabedoria deles.

Lici Cruz

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