terça-feira, 24 de abril de 2012

O Super-robô


Photo by Lici Cruz

Que criança gosta de ganhar presente, todos sabemos. Que esse mercado é infinitamente abastecido e inovado, também. Mas... quanto custa ver os olhinhos brilhantes e o sorriso satisfeito de um filho? Um vídeo-game de ultima geração? Um avião a controle, modelo raríssimo? Um boneco peça única que só não sabe morrer? Uma viagem à Disney com direito à bagagem extra de plásticos animados cheirando a dólar? O preço do meu foi um super-robô.
Tudo começou com uma ida ao mercado. Simples.
Mantimentos comprados, encontrei o Hulk. Promoção.
— Olha, filho, o Hulk!
Mas quem é o Hulk para uma criança de dois anos? Um cara verde e feio.
Ele pegou, olhou, analisou o ser e até fingiu aceitar (talvez para não magoar a mãe), mas seus olhos e suas mãozinhas apontavam para uma só direção, a do “Super-robô”.
À vista da sua “sábia” matriarca, um bicho feio, desconhecido e sem atrativos. Para ele: “O” Super-robô...
— Esse, filho? Tem certeza?!
O abraço ao plástico foi a resposta. O qual seguiu o caminho ao caixa, o caminho até a nossa casa e, apenas por exaustão orgânica, o caminho do sono.
Quanto me custou o “Super-robô”? R$4,99, em dinheiro humano, porém sem preço calculável pela felicidade pura de um anjo.

Lici Cruz