quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

...


O meu sorriso já não é mais o mesmo
As minhas lágrimas já não rolam por essa face dura de medo
O meu nome já não é tão dito
No mais é cuspido
Às vezes lembrado
Sussurrado coitado
Meu talento já não espera mais nada
Minha luta não valeu essa alma rasgada
A pose do meu corpo já não se põe de pé
Meus dentes já não mastigam sua carne delicada
Minhas pernas já não se arriscam de madrugada
É deplorável ser eu
É insuportável conviver comigo
É inevitável ser meu inimigo
A minha estrada já não dá no mesmo jardim
A minha vida hoje não vale mais do que uma costela arrancada
Tão similar há tempos atrás
Mas é que antes meus olhos brilhavam mais...



Lici Cruz

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